Os QR Codes podem se tornar uma peça essencial na conexão das marcas com os consumidores finais

Um dos aspectos mais impressionantes, desafiadores e encantadores do varejo é sua conexão direta com o consumidor final. Isso significa que qualquer transformação econômica, política ou social passa, de alguma maneira, pelo setor. Entender o varejo é entender as pessoas, suas motivações, interesses e aspirações.

Com essa vocação de ser o ponto focal das empresas na hora de entender os clientes, o varejo está em uma posição estratégica para levar inovações – mesmo que elas nasçam bem longe na cadeia de distribuição. Um bom exemplo envolve a rastreabilidade no agronegócio.

Recentemente, a GS1 Brasil, o Cubo Agro Itaú e a Embrapa Agricultura Digital se adiantaram às discussões sobre acordos internacionais de exportação e abastecimento interno da indústria de alimentos ao reunir especialistas para mostrar como a rastreabilidade e as certificações podem ser oportunidades para inovação e sustentabilidade.

Essa não é uma discussão exclusivamente técnica. Projeções indicam que a humanidade pode chegar a 10 bilhões de pessoas até 2050, com maior concentração na Ásia e na África – e isso torna a alimentação um imenso desafio social e econômico. Ao mesmo tempo, há imensas oportunidades de aumento de eficiência e produtividade:

• A produção pode (e deve) ser mais adequada à demanda;
• Estima-se que cerca de 30% da produção seja desperdiçada no transporte ou em fases posteriores na cadeia (venda no varejo ou perdas no foodservice, por exemplo);
• O desenvolvimento de novas soluções pode aumentar a segurança alimentar, levando mais saúde para a população.

A cadeia de suprimentos do setor alimentar é extremamente complexa. Apenas no Brasil, existem quase 2 milhões de empresas registradas como produtoras de alimentos. Para o varejo, garantir a rastreabilidade é uma questão de proteger sua reputação: é preciso saber quem é o fornecedor, quais são suas práticas, se elas se alinham aos princípios de governança do negócio, e qual a segurança da produção.

Há aspectos ainda mais amplos envolvidos nessa discussão. Os dois primeiros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU são a Erradicação da Pobreza e a Fome Zero – e o ODS 13 trata de Ação Climática. Alimentar uma população cada vez maior sem explorar o meio ambiente é tão importante quanto garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos a preços justos.

Isso faz com que o QR Code que o cliente acessa em um produto no supermercado se torne uma ferramenta essencial para integração de toda a cadeia de suprimentos. A rastreabilidade se torna uma conexão entre produtores, indústrias, varejistas e consumidores, com potencial de impactar diversas áreas do negócio dos supermercados:

• Marketing: os QR Codes podem comunicar aspectos importantes para os consumidores, como os processos de fabricação e distribuição dos produtos;
• Logística: as informações ali armazenadas permitem identificar lote, validade e outros dados relevantes para a operação;
• Segurança: um recall em um produto se torna mais eficiente quando é possível saber para quais lojas o item foi distribuído;
• Branding: a reputação é um dos ativos mais importantes de qualquer marca. Usar os QR Codes traz transparência para a relação com o cliente e mostra que o varejo tem uma postura de parceria com o consumidor.

Transparência e comunicação imediata com o cliente serão ainda mais importantes em 2025. Por isso, o QR Code pode se tornar uma ferramenta estratégica de relacionamento ao longo de toda a cadeia de distribuição, trazendo benefícios que se estendem do campo à mesa.