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A Chegada do 5G – O varejo exponencial vem aí !

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| por Eduardo Terra

A conectividade 5G não é só uma internet mais rápida: ela tem o potencial de ser altamente disruptiva para os negócios. Saiba como se preparar para essa nova realidade

Nos últimos anos, o e-commerce brasileiro mudou de patamar. A pandemia foi uma importante alavanca da aceleração digital em todo o mundo, levando consumidores e empresas a focar nos canais digitais para satisfazer as necessidades de consumo. Com isso, as vendas online passaram de menos de 5% das vendas totais do varejo brasileiro para cerca de 15%, um verdadeiro salto !

No primeiro semestre deste ano de 2022, porém, o mundo todo viu o e-commerce colocar o pé no freio: dados da Augusta Free Press projetam até mesmo uma redução das vendas digitais em 2022, como reflexo da volta dos consumidores às lojas físicas. O que dados como esse não mostram, porém, é que o e-commerce e digitalização do varejo e dos negócios como um todo estão à beira de um novo salto, de proporções tão grandes ou até maiores que as trazidas pela pandemia – e desta vez, felizmente, sem nenhuma tragédia humanitária.

O catalisador dessa nova fase de expansão atende pelo nome de 5G.

A nova geração de conectividade, que começou a ser instalada no Brasil no segundo semestre deste ano, não é apenas uma internet 4G mais rápida. Sim, ela entrega conexões até 10 vezes mais velozes, com um período de latência mínimo, e por isso tem um potencial imenso para os negócios. Se o 4G viabilizou o acesso em larga escala a aplicativos como o Uber ou videoconferências via celular e vídeos por streaming, com o 5G a comunicação conectividade das pessoas e das “coisas” se exponencia. Não é nenhum exagero pensar em soluções que hoje são utópicas, tais como:

  • Uma infraestrutura inteligente de trânsito que interage com carros autônomos para ajustar em tempo a fluência do tráfego nas cidades;
  • A medicina chegando a locais distantes com cirurgias, exames e procedimentos realizados de forma remota viabilizados pela alta velocidade da conexão e principalmente pela baixa latência;
  • Entregas por drones e veículos autônomos circulando com muito mais precisão e segurança;
  • Cadeias de suprimentos em que a Inteligência Artificial ajusta a produção de acordo com a demanda;
  • Integração do histórico de relacionamento das marcas com os consumidores, criando registros mais precisos de hábitos e preferências durante toda a jornada de compra;
  • Novas possibilidades de interação por meio de Realidade Virtual e Realidade Aumentada, em ambientes muito semelhantes aos “de carne e osso”. O Metaverso  e WEB 3.0 se tornará uma realidade a partir do 5G.

Isso acontece porque o 5G não é apenas 10 vezes mais veloz que o 4G mas principalmente por uma série de atributos técnicos que o 5G traz como baixa latência que permite praticamente zerar o efeito “delay” nas transmissões do sinal, baixo consumo de bateria, aumento do alcance do sinal, entre outras características técnicas que tornam a tecnologia uma verdadeira revolução.

O 5G também passa a ser compatível com uma gama muito mais ampla de equipamentos, sensores e dispositivos wearable. Como a tecnologia está sendo implementada em larga escala em um momento em que Inteligência Artificial, machine learning blockchain estão suficientemente maduros, a ultra conectividade que experimentaremos com o 5G fará com que o varejo e a indústria repensem não apenas produtos e serviços, mas também seus próprios modelos de negócios. Estamos esperando um número muito grande de aplicações que irão surgir nos próximos anos a partir desta nova infraestrutura de ultra conectividade e baixa latência do 5G.

Quer um exemplo? Hoje, a cadeia de suprimentos de qualquer segmento não consegue ser on demand, simplesmente porque não há dados disponíveis em tempo real para garantir máxima eficiência. Com o 5G, aplicações de Internet das Coisas (IoT) poderão ser implementadas com mais facilidade e os dados poderão ser integrados mais facilmente para dar às empresas uma visão completa do que acontece em toda a jornada de compras.

Além disso, todo tipo de experiência de compra que dependa de transferência de dados se torna exponencialmente mais poderosa. Do uso de Realidade Virtual ao live streaming, passando pelo uso das lojas como espaço de mídia, teremos novas oportunidades de interação e relacionamento.

Utopia ou realidade?

Segundo a associação global das provedoras de telecomunicações, a GSMA, até 2025 cerca de US$ 1,1 trilhão serão investidos em infraestrutura de telefonia móvel, sendo que 78% desse valor (US$ 858 bilhões) irão para 5G. Até lá, cerca de 65% das pessoas terão cobertura 5G – hoje, 75% têm acesso ao 4G no mundo. Em outubro de 2022, o Brasil já estava chegando próximo a 6.000 antenas em operação de Internet de quinta geração e o sinal 5G disponível em todas as capitais do país.

Isso significa que a mudança será rápida, intensa e profunda. E é uma mudança que tem tudo a ver com a revolução trazida pela transformação digital das empresas: o foco deixa de estar nos processos de negócios e passa a estar nos desejos e necessidades dos consumidores. O 5G estimula as empresas a serem customer-centric, uma vez que derruba diversas barreiras, como o acesso a dados em tempo real e a dificuldade de analisar informações complexas.

A tecnologia 5G viabiliza, por exemplo, que consumidores estejam em ambientes virtuais muito semelhantes aos físicos, com imagens em alta definição. Pode parecer loucura hoje imaginar hologramas tão reais quanto objetos sólidos, mas multiplique a capacidade atual de conectividade por 10 e leve em conta a Lei de Moore (“a capacidade de processamento dos computadores dobra a cada 18 meses”) e, de repente, um live streaming em que o vendedor parece estar na sala de estar do cliente – e não na tela do celular – passa a ser uma possibilidade.

Ao longo do supply chain, o 5G trará imensos benefícios. A entrega por drones ou veículos autônomos, por exemplo, passa a ser viável em grande escala. A circulação de dados em tempo real, por sua vez, pode eliminar rupturas e aumentar a eficiência das operações de ship from store do varejo omnichannel. Erros no cadastro de produtos são minimizados, pois a informação passa a ser a mesma em toda a cadeia. Os avanços em IA e machine learning, por sua vez, aumentarão a assertividade da alocação de estoques, liberando recursos financeiros para o varejo ganhar competitividade na disputa pela fidelidade dos clientes.

Estamos apenas no início dessa jornada. O 5G aumentará exponencialmente a digitalização do consumidor e, com isso, elevará o varejo a um novo patamar de uso de tecnologia. Sairá na frente quem aproveitar a oportunidade para aumentar o nível de automação dos negócios, coletando e analisando mais dados para prever a demanda dos consumidores e fazer ajustes rápidos em toda a cadeia de distribuição.

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