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Inteligência Artificial: o futuro do varejo começa aqui

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| por Eduardo Terra

A aceleração do uso de tecnologias como o ChatGPT abre novas possibilidades para um varejo mais assertivo e humanizado

 

Vivemos tão imersos no dia a dia, nas urgências das decisões cotidianas, que nem sempre percebemos como a transformação acontece diante dos nossos olhos. E, por isso, quando a mudança se torna mainstream, ficamos nos perguntando como tudo aconteceu – e corremos para nos adaptar.

Pense, por exemplo, na Inteligência Artificial (IA). Há poucos anos, era um tema que habitava o universo das séries e filmes de ficção científica. Você encontrava IA na Netflix, não nas discussões de negócios. Em 2022, um relatório do Gartner mostrava que, para 86% dos CEOs entrevistados, essa já havia se tornado uma tecnologia de larga adoção.

Outro dado, agora da Grandviewresearch, mostra que veremos uma grande aceleração no uso da IA nos próximos anos. Esse é um mercado que movimentou US$ 136 bilhões no ano passado – e baterá a marca de US$ 1 trilhão em 2030.

Como não poderia deixar de ser, esse crescimento exponencial passa pelo varejo. Não é à toa que um dos temas mais presentes nos estandes dos fornecedores de tecnologia presentes na NRF Big Show, em janeiro passado, era justamente a Inteligência Artificial. No SXSW 2023 realizado em Austin, IA se tornou o tema protagonista. Por mais que exista um hype a respeito do tema, e seja preciso tomar cuidado para não comprar gato por lebre, o fato é que a IA vem oferecendo soluções para uma série de problemas e dores que encontramos no dia a dia do varejo:

  • Na logística, robôs controlados por IA aumentam a velocidade da separação de produtos, movimentando previamente os itens no CD para diminuir o tempo de picking.
  • A precificação é um dos pontos mais delicados da estratégia do varejo, e aqui a IA contribui para identificar o melhor price point de cada produto, para cada cliente. Dessa forma, torna-se possível realizar promoções altamente personalizadas, com elevado grau de assertividade e preservando as margens do varejo.
  • Para combater as rupturas, soluções de IA propõem um monitoramento automático das prateleiras, comparando com o planograma para disparar alertas de reposição.
  • No relacionamento do vendedor com o cliente, a IA pode ajudar a identificar possibilidades de engajamento baseadas no contexto, no histórico e em uma série de atributos – do clima às promoções da concorrência.
  • Promoções mais assertivas se tornam possíveis com o uso de soluções de Inteligência Artificial capazes de reconhecer padrões de comportamento em grandes conjuntos de clientes.
  • A Inteligência Artificial pode melhorar o mix de produtos em cada loja e apresentar os produtos que terão mais possibilidade de sucesso junto os clientes.
  • No checkout, a tecnologia pode acelerar o reconhecimento de produtos e viabilizar uma redução de custos ainda maior nas soluções de lojas autônomas.
  • Na expansão A IA pode garantir um grau bem maior de acerto na escolha dos pontos, definição de formatos e layout de lojas.

Se existe algo que aprendemos com o desenvolvimento da tecnologia é que ela continua a se desenvolver de forma acelerada. Com o avanço das conexões (o 5G ainda está iniciando sua curva de implementação), o uso intensivo de cloud computing e novas arquiteturas de computação (como edge computing e computação quântica), a IA se tornará ainda mais acessível.

Skynet ou Jetsons?

Como a IA esteve por muito tempo no imaginário popular, duas grandes possibilidades têm sido levantadas para o futuro da tecnologia. A primeira é apocalíptica: uma inteligência que se desenvolve tanto que ganha vida própria e se torna, nas palavras de Stephen Hawking, “a última grande invenção da humanidade”. Como a Skynet dos filmes do Exterminador do Futuro, uma inteligência que nos destruiria.

A segunda visão é muito mais benigna (e, acredito, mais próxima do que veremos acontecer): soluções que melhoram a qualidade de vida das pessoas, criam novas possibilidades e destravam o potencial criativo da humanidade. Essa visão mais próxima dos Jetsons, por sinal, já começa a ser vista por aí.

Se você ainda não experimentou o ChatGPT ou alguma das plataformas que se valem do mesmo princípio de IA Generativa para criar textos, imagens e vídeos, recomendo fortemente que você faça isso assim que terminar este artigo. O ChatGPT é um chatbot que usa IA para criar conversas e que, apenas dois meses depois de aberto ao público, chegou a 100 milhões de usuários. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, o TikTok demorou 9 meses, o Instagram 2,5 anos, o Spotify quase 5 anos e o Uber, 70 meses.

O potencial criativo do ChatGPT (eu poderia ter escrito uma primeira versão deste texto em questão de segundos com o uso da plataforma) é inegável, e revela algumas das possibilidades que a Inteligência Artificial apresenta para resolver problemas reais do varejo. Varejistas já estão testando o uso de ferramentas desse tipo no relacionamento com os clientes e, embora a evolução nunca aconteça sem turbulências, com certeza a IA irá se tornar mais importante, direta ou indiretamente, para solucionar as grandes questões do setor.

E isso significa que o fator humano ficará em segundo plano? De forma alguma. Quanto mais experiência no varejo, mais vejo que a tecnologia libera os profissionais para atividades mais criativas.

Além disso, isoladamente os dados não são suficientes para entregar boas experiências aos clientes. Somente quando os dados se conectam ao fator humano é que a mágica do varejo acontece. É por isso que tenho certeza que a Inteligência Artificial representa um passo essencial na criação de um varejo cada vez mais humanizado e conectado a seus clientes.

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